Há um pouco de mim em cada palavra sua, em cada gesto que sua boca faz, em cada espanto ou feição desiludida. Eu sinto quando me olha meio estranho, parece que mora um sertão em sua dor de morte eterna. Ou um solitário pardal se pousa inteiro sobre seus ombros.
Não me precisa a solidão! Há muitos outros corações em fragmentos e mais um, não acrescentaria nada à função de criar mais vazios. Os vazios já nos circundam todos os dias e nos ocupam os vácuos que o trabalho, às vezes, preenche.
Se suas mãos querem fechar-se em concha nessa lacuna que Eva nos legou então nos resta o riso e a dor para ser pérola.
Os açudes dançam a colheita futura e eu me festejo com flores mornas. Eu me celebro como os ramos de jurema que se deitam sobre as águas.
O texto é o espelho. O Narciso, as palavras. O que posso mais querer?
Maria Maria
Quando eu era criança, no Seridó, a minha infância tinha a singularidade que têm todas as infâncias. Havia mitos e lendas, histórias criadas pelas gerações antepassadas e histórias recriadas. Uma delas, era a de que beber Água de Chocalho apressava a fala das crianças. Eu devo ter bebido desse licor adoçado com açúcar e serenado pela lua. Talvez por isso, goste tanto de conversar e também de ficar acordada a noite inteira pensando em girassóis e girassóis.
Que lindo, Maria Maria!
ResponderExcluirComo os ramos de jurema! Sim, porque não?
Beijos
Mirze
Em primeiro lugar, agradeço ao doce comentário feito por você. Na verdade, faço um uso mto egoísta e narcísico da escrita. Você sim transforma palavra em arte.
ResponderExcluirGostei da introdução ao seu blog, não podia deixar de comentar.
Com toda certeza voltarei outras vezes.
Abraços.
minha amiga, vc nasceu para os dizeres...amei seu novo blog. voltarei mais vezes.
ResponderExcluirbjos