terça-feira, 30 de novembro de 2010

Feito manhãs

Nem preciso falar das idiossincrasias que dissemos certo tempo memorial. Tenho horror a detalhes, mesmo sabendo que estes dizem muitíssimo sobre nossos reais sentimentos. Mas sinto, como necessidade vital, o desejo de viver a intensidade dos atuais acontecimentos.
Hoje, minha visão encontra-se voltada para as alegrias presentes e viver essa etapa me possibilita a compreensão do que essencialmente sou. Não careço de informações adicionais sobre o que fazes com seu tempo e com suas escolhas, preciso é me abster do passado e do futuro. O presente me enriquece de verdades totalmente não absolutas. Sou incerta como as manhãs.
Se a vivência não nos legou continuidades é porque estancou o seu curso. Ou porque a hora determinada pelo destino já chegou.
Sejamos justos conosco e honestos com o universo. Fechemos, portanto, a porta para descansar. Amanhã, os pássaros cantarão novamente, mesmo que o sol ainda esteja adormecido. Não desperte o sol até que ele acorde por si e auroras, manhãs, gotas de chuva, miados de gatos e frutos da algaroba resolvam saudar as luzes inconstantes do novo dia nesse árido chão seridoense.

Maria Maria